segunda-feira, 25 de junho de 2012

DISTÂNCIA


Eu queria distância e foi-me dada, estava cansada de palavras e deixaram-me só duas ou três, as essenciais.
(Alguém disse que é preciso cuidado com o que se pede a Deus, não vá ele concedê-lo…)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

África minha, again and again…


É curioso, encontrei um site romeno com um trailer do África minha que contém algumas das partes do filme que mais me dizem, aquelas que sintetizam a concepção da vida e do amor a que fui chegando com o passar dos anos.

 … os homens são chamados para a guerra para mostrar a sua bravura, as mulheres quando muito são testadas pela sua paciência, pela capacidade de resistir à ausência.
 … não te interessa que eu seja o marido de outra pessoa? - o que me interessa é que tentaste so hard e que estás sozinho agora.
 … a vida é assim tão simples para ti? - talvez eu exija menos dela do que tu.
 … o esforço por eliminar o paternalismo da relação (aqui ele marca pontos) e ela perde-os em toda a linha.
A cena de que mais gosto: a da oferta da bússola.

 Misteriosamente vão-me acontecendo ao longo da vida coisas que encaixam no enredo do filme. Hoje, agora, posso juntar mais duas:
 … a sucessão dos acontecimentos no “acampamento” e o pormenor do safari… (Como terá sido o safari?) Fiquei à espera… de uma história que não me contaram… ainda.

 O link: http://www.cinemagia.ro/trailer/out-of-africa-departe-de-africa-1964/

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A noite perfeita


A noite adivinhava-se gélida. Um pássaro pequeno, por certo caído do ninho, piava desesperadamente enquanto se afastava da palmeira onde os irmãos chilreavam. Apanhei-o e tive noção que ia morrer. Não chegávamos ao ninho nem valia a pena pedir ajuda a quem quer que fosse. O mais certo seria que se rissem de nós. Não era cedo e no céu desenhavam-se já os primeiros sinais da tempestade que se avizinhava.
O melhor que consegui fazer foi colocar o pássaro junto à base da palmeira de onde provavelmente tinha caído, em cima de um monte de folhas macias. E virei costas. Ali ficou, no chão, a morrer de frio ou pronto a acabar nas garras de um qualquer bichano ávido de petisco.
A ensombrar a noite perfeita.