terça-feira, 23 de agosto de 2011

Uma cadela chamada …

Pois é, esperámos para confirmar, mas à segunda vez que a dona tentou fazer a cadela sair da sala de pequenos-almoços, onde insistentemente aliciava os hóspedes para lhe darem alguma coisa do que havia em cima da mesa, não restaram dúvidas, a cadela chamava-se mesmo, pasme-se, Pachacha, Pachacha (com duplo ch, pois com x não era a mesma coisa). Vem cá Pachacha, foge daí, Pachacha… e todas as variantes que se queira acrescentar.
Pois, já soube de bichos com nomes estranhos, mas como este nunca tinha ouvido. Chorei a rir .
Podiam até os donos redigir um anúncio do estabelecimento, cheio de estilo:
Monte da Diabrória, um alojamento onde não só o próprio nome é estranho como o caraças como ainda temos uma cadela chamada Pachacha. Alentejanos de uma figa!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A vingança dos plátanos

A propósito de uma vingança que as árvores da avenida empreenderam para vingar uma nespereira cortada sem culpa formada.

Era uma vez uma nespereira que vivia no meio de um quintal abandonado…
A nespereira vivia num quintal que ninguém cultivava, nas traseiras amplas de um prédio antigo. De vez em quando animavam a sua vida alguns gatos, que displicentes, por ali rondavam ou, é claro, a abundante passarada a quem servia de abrigo e suporte para os ninhos. Não que desse muitas nêsperas ou que elas fossem muito doces mas na primavera era uma animação olhar para ela e para os habitantes que suportava. Como ninguém se dava ao trabalho de lhe apanhar os frutos os pássaros agradeciam e tratavam eles próprios de zelar para que não houvesse desperdícios...
Mas um dia a má-língua e a maldição dos sisudos caiu sobre a nespereira – que só fazia lixo, que tirava a vista, que juntava muitos pássaros. E foram-se a ela de serra em punho, sem contemplações e sem observar a própria lei, que manda pedir autorização para corte de árvores às câmaras municipais… ainda por cima não haveria à face da terra ser mais inofensivo do que esta árvore.

Passou tempo e mais tempo e os carrascos desta criatura pobre e sem história mudaram-se para um prédio na avenida larga, mais a seu jeito. Aí, havia uma sólida fiada de plátanos, muito unidos entre si e que tinham em tempos sabido da história. Tinham agora uma ocasião soberana de vingar a sua amiga nespereira. Os plátanos então reuniram-se e puseram-se no cavaco: que podemos nós fazer para vingar a morte da nossa amiga? Não queremos ser tão maus como foram para a nossa amiga, mas hão-de perceber o nosso poder… e conversaram, conversaram até que acharam boa uma solução. E assim ficou decidido: todos os anos, quando fosse verão e o tempo de espalhar ao vento os seus frutos haviam os vizinhos de lembrar-se do crime impune - tanta sementinha haviam de deitar-lhes na varanda que os narizes haveriam de espirrar com fartura e as casas haviam de encher-se de pó e mais pó. Isto fizeram os plátanos e quem sou eu para tentar impedi-los??????