sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Genov, K., in memoriam

Como hás-de saber que te lembramos cá de longe, tu, aí fechado no teu esquife gélido?

Teu coração parado e inerte, no interior do frio da terra gelada, no cerne do inverno balcânico.

Não poderias acreditar que tão longe te choram quentes lágrimas, se lembram teus ditos, tua viva inteligência de há bem poucos anos, uns vinte, ou será que já são mais, talvez uns trinta e afinal já são alguns, talvez muitos para o tempo que dura uma vida humana.

E morreu de quê, o Kotze? Nem perguntei, será que interessa se foi o teu coração ou o teu fígado que desistiu de viver primeiro que tu, se foi coisa ruim em ti alojada ou se te atropelou um bêbado desconhecido durante um passeio a pé…

Daqui, da beira deste mar oceano atlântico, desta ponta morna de continente, te lembrarei, alegre e culto, com o respeito que merecem os que a si próprios não se dão valor mas que nem por isso deixam de o ter, acrescido até, pela total ausência de vaidade.

Hão-de saber de ti, os meus que ainda de ti não sabem!